Esses filme veio aliviar minha mente após as atrocidades de "Alice". Terry Gilliam e seu Doutor Parnassus nos apresentou um país das maravilhas muito mais atraente que o de Tim Burton. As cores e as viajens oníricas deste filme são incríveis. Acho uma pena que tantos infortúnios atrapalhem os projetos de Terry Gilliam, como os probelmas com "Dom Quixote", vide post abaixo, e a morte de Haeth Ledger durante as filmagens deste filme que falamos agora. O diretor é muito talentoso e tem muita coisa a dizer, não merecia tantos problemas.
Mas iremos por partes, como sempre...
Direção
Como ia dizendo, o cara sabe muito bem o que faz. Ele confere ao filme um tom quase felliniano, uma mistura de circo com mundo dos sonhos. É claro, por perder o ator principal no meio de tudo, dá pra gente sentir uns saltos meio estranhos na montagem, mas ao mesmo tempo, a saída de utilizar outros três atores para complementar o papel foi algo genial.
Roteiro
Charles McKeown é o parceiro que deu certo para Terry Gilliam, juntos fizeram o roteiro dos melhores trabalhos do diretor, como "Brazil, o filme" , por exemplo. Desta vez, eles criaram uma história fabulosa, com críticas bem feitas ä sociedade do consumo e aos objetivos que temos na vida. Comprar sapatos ou ajudar as crianças pobre? Exatamente o que você quer fazer da sua vida? São perguntas que o roteiro levanta de forma sutil, sem precisar ser nenhum manifesto contra cultura. Eu gosto disso. Mas tenho que reconhecer que umas coisas ficam meio perdidas: afinal, Tony era culpado ou inocente das acusações de trafegar orgãos de crianças? Como Valentina passou a viver outra vida sem nenhuam referência ao mundo imaginário? Ficou meio confuso no final e como neste filme existe uma solução que deve ser dada, acho que o roteiro ficou devendo um pouco.
Elenco
Constata-se mais uma vez, depois do Coringa do último Batman, que Heath Ledger é uma perda lastimável para a sétima arte. Mesmo com o quebra cabeça de cenas que o diretor montou para salvar o filme, percebemos que ele é o elemento mais vivo do elenco. Os demais cumprem sua função, embora meio embaralhados pelos atropelos da produção. Personagens importantes como o de Christopher Plummer e o de Andrew Garfield parecem mal aproveitados pelos atores que são muito bons em minha opnião. Acho que um lorde do cinema como Plummer e um jovem talento como Garfield poderiam ter feito mais. A estranhamente bela Lily Cole (que por curiosidade já foi Alice um dia, risos!), foge do tipo de interpretação com caras e bocas que as modelos que viram atriz fazem. Ela vive sua personagem e sugere bons trabalhos para o futuro. Johnny Deep, Jude Law e Collin Farrel são presenças gratas, deixam a tela com muito brilho quando aparecem e com a disponibilidade de terminar o filme no local de Ledger, nos lembram que existe um grupo de pessoas sensíveis produzindo cinema, apesar da máquina comercial.
Fotografia
Nicola Pecorini é outro cúmplice das viajens de Terry Gilliam. Nos melhores filmes do diretor foi ele que deu forma as imagens surreais que precisavam ser geradas. Neste, ele faz o que eu considero o melhor de seus trabalhos. No plano da imaginação, do outro lado espelho, as cores e os símbolos que dão vida aos sonhos das pessoas são muito bem orquestrados, e do lado de cá do espelho, o trabalho não fica atrás, aquela cena na ponye é plasticamente muito bonita.
Figurino
Chegamos agora a um ponto que eu adorei. Na ou no mundo real, o trabalho de Monique Prudhomme é muito bom. Lily Cole é sempre diva em suas mãos e Heath ledger um dândi sedutor. O mix dos elementos de comédia del'arte com o visual da idade média deixam o figurino ousado e lúdico. Ah, a função de reconhecermos os outros três atores pela roupa do personagem de Tony é bem cumprida, sinal de que toda a folia de tecidos tem por trás uma mente pensante.
É isso.
Até a próxima sessão em partes!
sábado, 15 de maio de 2010
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